Jardim dos Montes Claros

O Jardim dos Montes Claros, presente na encosta Sul da Serra de Monsanto a partir de 1940, foi desenhado pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral durante a implementação do projecto da sua autoria Parque Florestal de Monsanto, a pedido do então Ministro das Obras Públicas do Estado Novo, Duarte Pacheco.

A sensibilidade e a técnica da arquitectura paisagística de Keil do Amaral constroem, assim, um maravilhoso oásis verde, geometricamente ordenado no meio da floresta imprevisível e composto por pavilhão de chá, jardim e miradouro para Lisboa. Toda a paisagem desenrola-se pelos 16.000 metros quadrados das traseiras do pavilhão, após superado o parque de estacionamento.

Abre-se então um magnífico lago rectangular ao longo do jardim até terminar na bela pérgola de pedra e ferro, contronando o fim das águas. O jardim cresce em dois níveis, paralelo e ao comprimento do lago. Primeiro relvado e arborizado, depois num nível diferente e escadaria acima, novamente ajardinado mas em trilho de gravilha onde podemos contemplar a paisagem do miradouro nos bancos de madeira à sombras das árvores.

Infelizmente, o corredor oposto está ausente de perspectiva por causa da altura do arvoredo. Ainda assim, a partir da pérgola avista-se em grande perspectiva a foz do Rio Tejo e a ponta da Cova do Vapor, já na Margem Sul.

É um privilégio poder viver na capital de um país e usufruir de lugares tão puros e selvagens como este que encontramos em plena serra. Quem visita o jardim, para além dos momentos contemplativos do miradouro, poderá percorrer os seus trilhos pedestres com destino a outros pontos da Serra de Monsanto.